Sonho de uma tarde de Verão

Os corpos, entrelaçados. Lianas humanas, buscando o sol orgásmico, numa selva de emoções.
O suor escorria-lhes em bica, pela testa, pelas costas, pelo torso, qual cascata edílica.
O pecado - se o houvesse - por certo não moraria ao lado, mas sim ali.
A vergonha e o pudor, definitivamente expulsos daquele quarto, abriram alas ao festim dos mais recondidos prazeres; outrora abordados, agora descobertos na sua plenitude, em união e comunhão. De facto.
Amantes de ocasião, embrenhados num escalar de sensações? Amor ímpar, impregnado do mais forte condimento? Não interessava. Naquelas quatro paredes de estuque fendido, nada mais interessava. Nem o Mundo lá fora, nem os outros, muito menos o amanhã.
Ele para ela. Ela para ele. Tudo o que queriam, tudo o que precisavam, ali estava confinado.
Abandonavam-se ao ritual, contorcendo os corpos ao ritmo do desejo, como se de um encantamento se tratasse.
E não seria?
13 Comments:
:)
Sim, é uma linda imagem sensorial. Que mais há de importante que o abandono ao momento, ao presente, à fusão num só.
Há momentos assim, que nos aquecem por dentro, e nos transbordam por fora. O que realmente importa é a essência que vive em cada um de nós,e o encanto que protege a entrega sem intromissões do preconceito nem de falsas demonstrações.
Audaz, ambicioso, verdadeiro...gosto do que escreves. Gosto como escreves.
Beijocas.
Sandra
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Anónimo, at 5/4/06 13:38
Meu Deus...estou sem palavras...
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Luisa Seabra, at 5/4/06 15:25
ah, e claro, sem fôlego!
Gostei da escolha de Klimt!
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Luisa Seabra, at 5/4/06 17:23
Ó minha amiga, z, z...não habia nexexidade, z, z...o texto é um grande texto sem dúvida, z, mas também não era preciso tanto elogio, z... o homem vai acabar todo babinhas. Ass. MM Ah... eu tambem gostei, z. Fui eu quem mais gostei... Ass2. MM
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Anónimo, at 5/4/06 19:11
Sandra:
Ainda bem que gostaste. A mensagem é mesmo essa: a entrega, no momento...and nothing else matters (onde é que eu já ouvi isto?)
Beijinhos para ti e para a minha afilhada e toma conta do Miguel
Luísa:
Eh...pois...assim sou eu que fico sem palavras...e um bocado encavacado e tal :-)...mas vou partir do princípio de que gostaste ;-) :-)
E o mapa astral, sai? :-)
Miguel:
As visitas são escassas, muito benvindas e um bem muito precioso. Não me espantes a freguesia, faxavôr!! :-) :-D
Dá notícias, malandro.
Um abraço
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João, at 5/4/06 19:22
Por acaso, já conhecia esta pintura de outros Carnavais, mas no último Verão tive a oportunidade de a apreciar ao vivo. Muito, muito giro.
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João, at 5/4/06 19:26
Eu adoro textos ou poemas q descrevam sensações...e apesar deste teu texto ser um pouco diferente, lembrou-me um pouco um poema meu q está no inicio do meu blog, não sei se leste...
É estar num auge
De não se sabe bem o quê
Cerrar os olhos em pausa
E ainda assim se vê.
Vê turbilhões de cores
Em movimentos de luz
Perder a noção do tempo
Por um Deus que me seduz.
E em movimentos subtis
Tactear o Paraíso
E sentindo tudo, delirando,
Minha boca traça um sorriso.
E são choque nos meus dedos
Ao te tocar, levemente
E subir aos céus...
...Esquecer tudo e toda a gente.
Mordo o lábio num reflexo
E de repente já não sou eu,
Perdi-me algures...
...Num labirinto que não é meu.
MM.
Não sei se o teu comment era para mim, se para a Sandra, se para as duas, mas é assim mesmo : está magnífico!
Estás é com inveja, eheheheheheh!
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Luisa Seabra, at 6/4/06 11:48
Não tinha lido e, sem favor nenhum, adorei!
Não acho que seja assim tão diferente, pelo menos na substância. Como referes, trata-se de um descrever de uma entrega intensa e total ás sensações e ao outro. De viver aquele momento como único...não querendo dizer que seja o único momento. ehehehehehe
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João, at 6/4/06 13:19
Recebeste o meu mail??
Olha, visita este blog: http://eroticidades.blogspot.com/
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Luisa Seabra, at 6/4/06 13:36
Recebi! Respondi-te. :)
O blog parece ser um espectáculo. Tenho de ver com mais calma...
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João, at 6/4/06 15:54
Que momentos destes façam sempre parte das nossas vidas!Verdadeiros, intensos, marcantes, envolventes, mágicos!
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Anónimo, at 9/4/06 18:10
Reforço o comentário que fiz no outro post. Tu tens muito para dar… ou o artista limita-se a sublimar as palavras? Que força… Parabéns
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Anónimo, at 16/9/06 22:52
moon,
Obrigado...mais uma vez. :) :)
..........(instante para limpar a baba do queixo ;)
O artista busca, em si, inspiração para as palavras que escreve e - simultaneamente - busca nas palavras a sublimação de si.
Bjs
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João, at 17/9/06 00:19
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